Com cartazes "Reaja ou sua Previdência acaba" e "Decimo não reajusta quem cedo madruga", professores caminham até a prefeitura em protesto

Com cartazes

Foto: Rian Lacerda (Diário)

Na manhã de sol e frio nesta quarta-feira (6), professores da rede municipal de Santa Maria tomaram a Praça Saldanha Marinho, dando início ao primeiro de uma série de dias de paralisação progressiva. Ao som de apitos, panelaços e músicas do sindicato, a categoria, apoiada por outras entidades, marchou até a prefeitura para cobrar o que chamam de "respeito, valorização e compromisso real com a educação pública". Cerca de 40 escolas das 86 instituições de ensino tiveram paralisação total ou parcial de suas atividades segundo sindicato.


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"Cadê a Verdade? Cadê o Respeito?"

Manifestantes não economizaram em críticas à postura da administração municipal. A caminhada, que bloqueou parcialmente a Rua Venâncio Aires por mais de uma hora, chamou a atenção de quem passava pelo Centro: pedestres paravam para observar e, por vezes, aplaudiam os professores.


Nos cartazes, as reivindicações eram diretas, com frases como "Reaja ou sua Previdência acaba" e "Decimo não reajusta quem cedo madruga" – numa referência aos sobrenomes do prefeito Rodrigo Decimo (PSDB) e da vice Lúcia Madruga (Progressistas). Em um ato simbólico, uma professora vestida de palhaça segurava um cartaz com os dizeres: "Não cheguei aqui fazendo graça, respeito e valorização aos professores". 

Foto: Rian Lacerda (Diário)

– O que a gente espera é um pouco mais de transparência. Nós temos o nosso prefeito indo a público com partes da verdade, com verdades parciais, com mentiras disfarçadas de verdades, falando de uma economia arrasada, né? Mas a gente sabe que o que está arrasado na nossa cidade é a educação e todo o serviço público. O sucateamento não é só conosco, professores, são com todos os servidores – afirmou a professora Andréa Garcez.


Alunos cobram melhorias

Foto: Rian Lacerda (Diário)

Um dos momentos de impacto na manifestação foi quando representantes do Sinprosm, de cima do caminhão de som, exibiram cartazes feitos pelos próprios alunos da rede municipal. As mensagens foram escritas pelas crianças, segundo o sindicato. Entre as cobranças, estavam:


 "Nós,estudantes da turma 42, reivindicamos nossos direitos. Nossos uniformes. Falta de professores, sala de aula chove."

"Queremos valorização dos nossos professores. Prometido em campanha eleitoral (mochila, tênis e uniformes). Precisamos de mais professores por escola. EMEF Reverendo Alfredo Winderlich sem professores de educação física, inglês, de história e de artes."


De acordo com dados de um levantamento apresentado pelo Sinprosm em assembleia, realizada com 54 escolas, aponta um déficit de profissionais na rede. Segundo o sindicato, faltam atualmente:

  • 14 professores regentes
  • 85 professores de hora-atividade
  • 126 estagiários
  • 132 monitores
  • 20 educadores especiais


"Falta de Transparência"

Do caminhão de som, a direção do Sinprosm criticou o que chamam de "manipulação de números" pela prefeitura, tanto na contratação de professores quanto nos dados sobre o déficit da Previdência, usado pelo Executivo como principal argumento para não conceder o reajuste e após um decreto feito pela prefeitura que ampliou por mais 90 dias a contenção de despesa e impedindo o reajuste salários de todos os servidores. A principal crítica, no entanto, foi direcionada à última reunião com o prefeito Rodrigo Decimo, em 29 de julho.


– Uma hora e meia de reunião e ele não conseguiu usar dois minutos para nos dizer que existia um decreto – questionou Celma Pietczak, coordenadora de Comunicação e Formação Sindical do sindicato referindo-se a um decreto que, segundo o sindicato, "arrocha ainda mais o servidor".

 "Sem Avanços"

Foto: Rian Lacerda (Diário)

A paralisação desta quarta-feira é a primeira de uma série de mobilizações progressivas. A decisão foi mantida após a reunião com o prefeito, que, segundo o sindicato, terminou "sem avanços". Caso não haja avanço nas negociações, o movimento deve se intensificar nas próximas semanas, seguindo o cronograma aprovado em assembleia. Além disso ainda na tarde desta quarta, a categoria participa de uma audiência pública sobre educação na Câmara de Vereadores, com concentração prevista para às 17h. 

  • 2ª semana: Paralisação de dois dias (11 e 12 de agosto)
  • 3ª semana: Paralisação de três dias (20, 21 e 22 de agosto)
  • 4ª semana: Paralisação de cinco dias (25 a 29 de agosto)


A reportagem do Diário solicitou uma entrevista à prefeitura para esclarecimentos diante das manifestações. Em resposta, foi informado que a secretária de Educação de Santa Maria irá se manifestar sobre o assunto por meio de uma entrevista ainda na tarde desta quarta-feira. 


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